Os cartões de crédito são confortáveis para carregar, fáceis de manusear, e seguros. Já se faz distante o hábito de sacar um talão de cheques toda vez que vamos fazer compras. 90% dos pagamentos já são com dinheiro de plástico.
Com cartões de crédito podemos comprar sem acréscimo e parcelado, passagens de avião, em grandes magazines, restaurantes e supermercados. Também podemos parcelar compras em diversos estabelecimentos.
As vantagens são inúmeras e fáceis de perceber, mas aí é que está o primeiro perigo: a facilidade. Tudo que é fácil permite acessar sem muito pensar. Se quisermos comprar algo e não temos o dinheiro disponível, basta ver na loja “em três prestações sem juros” e pronto. Somente vamos nos dar conta quando chegamos em casa. Pois, é aí que muitos começam a pagar somente o rotativo.
Como os juros do rotativo são altos, passam a ser eles mais uma despesa mensal que começam a competir com as outras necessidades. Se consumirmos com alimentação mil reais, o juro do rotativo também nos exige igual valor: O buraco não tem fim.
A “bola de neve” começa a crescer e por serem juros compostos e somados à progressão geométrica, então a cada oito meses a dívida duplica. Uma dívida de um mil reais se transforma em dois anos, se não for amortizada, em vinte e oito mil reais. Um abuso, principalmente porque a população não é esclarecida sobre os efeitos dos juros compostos nas promessas de pagamento.
Outra armadilha que não é percebida claramente é a do dinheiro fabricado. Toda despesa que fazemos sem lastro é dinheiro fabricado. Dinheiro que não ganhamos, apenas fabricamos para antecipar o futuro e ter o que queremos agora.
Quando compramos algo à vista esse recurso é fruto da permuta trabalho x dinheiro. Esse é real, verdadeiro e não precisa ser devolvido, pois já foi conquistado. Quando fabricamos dinheiro devolveremos multiplicado várias vezes, risco na certa.
Outro perigo é o fato do cartão de crédito dar a sensação de poder e de riqueza. A maioria das pessoas perde de goleada nesse jogo.
A solução é simples: Se você tem dinheiro sobrando no orçamento utilize os cartões apenas onde não conseguirá descontos ou onde irá acumular pontos de milhagem nas passagens aéreas. Nos demais estabelecimentos, pechinche, pechinche até conseguir descontos. E de descontos em descontos obterá um 14º salário.
Já se seu orçamento está no limite, troque o cartão de crédito por um cartão de débito, assim não terá contas a pagar, não terá dívidas. Podendo gastar somente que tem terá domínio sobre seu caixa. Com esse hábito você inverterá o processo e começará a sobrar dinheiro.
A vida é como em um supermercado. Não tem ninguém para trazer o sucesso até você. É preciso buscar por si mesmo. Pense nisso, mas pense agora!
Saulo Gouveia é consultor financeiro e organizacional e atua oferecendo novos significados para viver as virtudes em abundância. Articulista de A Gazeta, escreve neste espaço aos domingos. saulo@br714.teste.website ou www.saulogouveia.com.br