A Correria e o Sucesso
Viajando pelo mundo no seu iate, um homem muito rico chegou, certo dia, a uma ilha maravilhosa. Andando pela ilha encontrou um nativo deitado numa rede e olhando para o mar azul, de água cristalina.
Puxou conversa: – Muito bonito tudo por aqui…tem muito peixe nesse mar?
– É só jogar a rede e você pega quantos quiser. Respondeu o caboclo.
– Por que você não pesca bastante?
– Para quê?
– Ora, você pega um montão de peixe e vende.
– Para quê?
– Com o dinheiro desses peixes, você compra uma canoa maior, vai mais no fundo e pega mais peixes ainda.
– Para quê? – Com o dinheiro você compra mais um barco, pega mais peixes e ganha mais dinheiro.
– Para quê? – Você vai juntando cada vez mais dinheiro, compra cada vez mais barcos, até chegar um dia em que você terá uma indústria de pesca.
– Para quê? – Ora, moço, você será um homem poderoso, muito rico. Terá tudo o que quiser, tudo o que sonhar, poderá comprar um iate como o meu, poderá comprar uma ilha como esta e, então, ficar o resto da vida descansando, sem preocupações.
– E o que é que eu estou fazendo agora? Respondeu o pescador.
Algumas pessoas vivem correndo o tempo todo para alcançar não se sabe bem o quê e para quê. E nunca chegam ao final, já que não sabem onde querem chegar e o quanto basta. Ficam ansiosos com o futuro e o presente não é vivido. Isso, quando não morrem de doenças derivadas do estresse.
Vivemos num ritmo, principalmente nós ocidentais, do “Faça já” (Do it now) influenciados pela cultura americana do “Fast” (rápido) onde tudo é para ontem. Sem percebermos consumimos tudo que nos é fornecido de forma enlatada e sem lucidez para discernir o que queremos vamos ficando impregnados. Até um filme já não conseguimos assistir se uma cena demorar mais de cinco minutos. E por aí vai.
Produtividade não é sinônimo de correria. Diz um ditado antigo: “a pressa é inimiga da perfeição”, chamando-nos a atenção para o ritmo adequado. Então o segredo está nas escolhas do que fazer e “apagar” o que é secundário e sem importância para nós.
Na Alemanha algumas empresas instituíram a semana de 28 horas de trabalho e viram a produtividade crescer mais de 20%. Os franceses são felizes trabalhando 35 horas por semana. Sobra tempo para o social, família e muito mais.
Não ter pressa é ter ações proativas, para frente e com sabedoria, não é fazer menos e produzir menos. Viver é saber fazer escolhas, faça as suas e viva bem. Pense nisso, mas pense agora.